22.9.09

Thomas Wyatt (Reino Unido)

    
     
     




   foto jsm
    
    
     
    
     
Com negro olvido por carregamento
minha galé, em noites de invernia,
voga entre escolhos; cruelmente a guia
o Amor, - o meu senhor e meu tormento!
   
Cada remo é um triste pensamento:
que a Morte, em transes tais, nos alivia;
sem cessar rasga a vela a ventania
dos meus suspiros - proceloso alento.
       
Aguaceiros de lágrimas cruéis
na cordagem fizeram farto dano...
Ah estrela enganosa que perdeis
meu coração, com tanto desengano!
    
Afogada a Razão, e sem conforto
eu desespero já de ir a bom porto.
    
      
    
Tradução de Luiz Cardim
      
     

6 comentários:

Isabel disse...

abençoada a razão mewsmo que em dias solares...:(

abençoada a mão que assim capta o mastro como farol.


e o barco tão perto de um "aguaceiro de cordas que largam"...
cruel só mesmo não ler.



.


abraço JSM.

Cristina Fernandes disse...

porto de embarque, fotos que tocam a cor dos dias...
abraço
Chris

José Pires F. disse...

Acho que o JSM conseguiu de facto uma foto que tudo tem a ver com este poema. Pelo menos, assim é, lido numa determinada perspectiva, coisa que a I sacou muito bem, pudera…

“Aguaceiros de lágrimas cruéis
na cordagem fizeram farto dano...”


Estes dois versos, não podiam estar mais bem representados.

Excelente!

Forte abraço.

maria josé quintela disse...

o que seria cruel era arrancar a foto do poema. tal a harmonia de certas tempestades.





bom dia JSM.

Graça Pires disse...

A fotografia e o poema complementam-se em beleza.
Há muito que não vinha aqui e ando com as leituras atrasadas.
Um abraço.

maré disse...

cada remo o embaraço da razão
a rasgar de desconforto o débil gesto
ah manto de estrelas,diluvio de ilusão onde me ancoro.

_______ deixo estrelas
luzentes
e um beijo