26.10.09

Hilda Hilst (Brasil)

     
     
     


foto jsm
     
     


Antes que o mundo acabe, Túlio,

Deita-te e prova

Esse milagre do gosto

Que se fez na minha boca

Enquanto o mundo grita

Belicoso. E ao meu lado

Te fazes árabe, me faço israelita

E nos cobrimos de beijos

E de flores



Antes que o mundo se acabe

Antes que acabe em nós

Nosso desejo.





(Júbilo Memória Noviciado da Paixão (1974) - Árias Pequenas. Para Bandolim - XI)
      
      

10 comentários:

José da Silva Martins disse...

Origem: Wikipédia.

Hilda de Almeida Prado Hilst (Jaú, 21 de abril, 1930 — Campinas, 4 de fevereiro de 2004) foi uma poetisa, escritora e dramaturga brasileira.
Em 1948, entrou para a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (Largo São Francisco), formando-se em 1952. Foi na universidade que conheceu sua melhor amiga, a escritora, Lygia Fagundes Telles. Em 1966, mudou-se para a Casa do Sol, uma chácara próxima a Campinas, onde hospedou diversos escritores e artistas por vários anos. Ali dedicou todo seu tempo à criação literária.
Hilda Hilst escreveu por quase cinqüenta anos, tendo sido agraciada com os mais importantes prêmios literários do Brasil. Em 1962 recebeu o Prêmio PEN Clube de São Paulo, por Sete Cantos do Poeta para o Anjo (Massao Ohno Editor, 1962). Em 1969, a peça O Verdugo arrebata o Prêmio Anchieta, um dos mais importantes do país na época. A Associação Paulista de Críticos de Arte (Prêmio APCA) considera Ficções (Edições Quíron, 1977) o melhor livro do ano. Em 1981, Hilda Hilst recebe o Grande Prêmio da Crítica para o Conjunto da Obra, pela mesma Associação Paulista de Críticos de Arte. Em 1984, a Câmara Brasileira do Livro concede o Prêmio Jabuti, idealizado por Edgard Cavalheiro (1959) [1] a Cantares de Perda e Predileção (Massao Ohno - M. Lydia Pires e Albuquerque editores, 1983), e, no ano seguinte, a mesma obra recebe o Prêmio Cassiano Ricardo (Clube de Poesia de São Paulo). Rútilo Nada, publicado em 1993, pela editora Pontes, leva o Prêmio Jabuti como melhor conto. E, finalmente, em 9 de agosto de 2002, é premiada na 47ª edição do Prêmio Moinho Santista na categoria Poesia.
A escritora ainda participou, a partir de 1982, do Programa do Artista Residente, da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP.
Assuntos tidos como socialmente controversos, por exemplo, o lesbianismo[2], a homossexualidade e a pedofilia[3], foram temas abordados pela autora em suas obras. No entanto, conforme a própria escritora confessou em sua entrevista ao Cadernos de Literatura Brasileira[4], seu trabalho sempre buscou, essencialmente, retratar a difícil relação entre Deus e o homem.
Seu arquivo pessoal foi comprado pelo Centro de Documentação Alexandre Eulálio, Instituto de Estudos de linguagem - IEL, UNICAMP, em 1995, estando aberto a pesquisadores do mundo inteiro.
Alguns de seus textos foram traduzidos para o francês, inglês, italiano e alemão. Em março de 1997, seus textos Com os meus olhos de cão e A obscena senhora D foram publicados pela Editora Gallimard, tradução de Maryvonne Lapouge, que também traduziu Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa.
Muitas de suas obras esgotaram e não eram encontradas até que a Editora Globo publicou vários títulos.

Maresias disse...

Um poema feito de fulgor humano. Fascinante.

Grande descoberta para mim.

As fotos deste espaço intrigam-me pela qualidade superior que apresentam. Diria profissional.
Sei que tem colaboradores mas a maioria sao Suas.

São belas.

Os enquadramentos soberbos.

Parabéns.

Abraço.

José Pires F. disse...

Eu que nem sou grande apreciador de Hilda Hilst reconheço que, este “Árias Pequenas Para Bandolim”, é muito bom. O final é uma delicia: Antes que o mundo se acabe/ Antes que acabe em nós/ Nosso desejo.

Como diz a Maresias também acho que a foto é boa. O forte árabe e o seu enquadramento, acompanham muito bem este poema.

Forte abraço, meu caro e um beijo para a Maresias.

maria josé quintela disse...

poderosa mensagem.



quase grito.



um abraço JSM.

maré disse...

"esse milagre do gosto"

a multiplicidade
que o prazer arrasta
o mundo que se dilata ou estreita
.

eu só conhecia o nome.

Um beijo, ainda amanhecido de azul
sobrevoando também por campos a sul

isabel mendes ferreira disse...

não sou fã.


mas reconheço o "grito" diferente deste "TEXTO".





BEIJO DE BOM DIA.



a saudar o "gótico" fotográfico.:)

Cristina Fernandes disse...

O enquadramento que o poema suscita, nesse "milagre do gosto". Gostei de o visitar por aqui...
Abraço
Chris

Isabel disse...

obrigada....pela barra lateral....





:)

Isabel disse...

e já não há posts novos?



ke koisa.




vejam bem...

Arte Sublime disse...

O meu castelo dos sonhos do sul.
Cada vez mais curiosa.