28.8.09

Eme (Portugal)





foto jsm
     
         
        



Tinha sido em tempos longíquos a mão que sabia soltar no papel. Quando num dia que era de tantos dias se abriu a porta aos olhos, derramou todo o sal da alma e tudo o que era dom de nascido evanesceu sem rasto nas profundezas das células. Sem dor. Doía apenas ter conhecido o que era ser o Homem da espécie que se nega escalar a mesma montanha que o seu irmão.

Num simples acto do respirar, saiu dos olhares dos outros fechando as letras na caixa do lado esquerdo e entregou-se ao esquecimento.


12 comentários:

Isabel disse...

____________como só ela....e éme....




.



sal que re.tempera!

José Pires F. disse...

De facto. A Eme é um caso muito sério na escrita.

Meu caro, JSM o seu blogue está uma pequena maravilha.

Forte abraço.

R.Almeida disse...

"Velvet Hands and Mind" como eu digo. A arte de em suaves pinceladas ordenar as palavras e os pensamentos no papel.
Um sorriso ao ler-te, ao falar-te, ao ver-te. Por vezes não distingo qual é qual. O aveludado da tua escrita e do teu ser tornam-te especial. Continuo a sorrir enquanto te leio. OK. Por vezes faço caretas e ponho a lingua de fora mas isso já sabes.
Resumindo: És uma miúda gira de quem é muito fácil gostar-se quer seja como ser humano quer pelo que escreve. (já vi isto escrito não sei onde, numa espécie de apresentação)
Que mais poderei dizer?
Apenas pedir desculpas ao JSM, por me dirigir a ti directamente.
Indiscutivelmente pelo que pensas pelo que escreves e da maneira bela com o fazes mereces a minha qualificação de génio. Não te chamo Mãozinhas de Veludo pela conotação que a frase em português tem, mas sim "Velvet Hands" porque aqui revela mãos mágicas na composição da escrita.
Vou-me embora antes que leve surra, pois sei que deves estar furibunda com as minhas palavras.
Beijo

Artwoxis Blipovir disse...

Caro JSM

Que bom reencontrá-lo por estas andanças e com o espaço tão suave de belo. Vim pela mão da Isabel que tenho andado longe destas lides. De seguida veio o problema com o registo do comentário,lá andei às voltas com ele.

Grata por esta "lembrança", embora pense que houve aqui exageros em cima, sou lá alguma vez um caso sério de escrita e ainda menos um génio. Até me deixam desconcertada, bolas. Quem me dera ter a capacidade de escrever exactamente o que sai do pensamento, tão fluentemente como tenho visto nalguns espaços que visitamos em comum :)))
Como alguém me disse há uns tempos e dou-lhe razão, a minha escrita é do tipo caseiro, de pessoa que põe em letras estados de alma ou sentimentos que provavelmente a outros nada dizem. Escrever a sério é apenas um sonho. Eu sei em que lugar me encontro. É que aqui, neste mundo de talentos por revelar (entre outros que nada parecem ser), aprende-se a ser humilde.

Abraço JSM. E vou colocar o blog nos favoritos já agora, como espaço a visitar.

Isabel disse...

pois é Éme de maravilhar quem sabe o que és (não sei se o veludo) mas sim o outro céu que abraça a estrela da composição da alma.



é fácil gostar-se de quem assim sedimenta as sílabas de uma especie de eternidade.



saúdo o JSM.
cumprimento o R.R.
beijo-te em M. e

saio.

para bem longe....mas tão longe.

José Pires F. disse...

Caro JSM,

Não ligue ao que a Eme diz, ela é louca.

Dizer que tem uma escrita “tipo caseiro”, só pode mesmo ser uma brincadeira de mau gosto e, a Eme que conheço pessoalmente e é uma boa amiga, é muita dada a este tipo de graças.

A Eme é extraordinária, como pessoa e como escritora. Digo-o eu, o R. Rudoisxis e a Isabel, todos seus amigos e admiradores.

Forte abraço.

José Pires F. disse...

PS: É preciso quem divulgue boa poesia, não só a que todos conhecem, mas aquela só conhecida por quem ama, vive e lê muita.

Já estão aqui alguns bons poetas como por exemplo, Frantisek Halas. Quem conhece o Halas em Portugal? Poucos certamente… e no entanto é um enormíssimo poeta Checo.

Forte abraço.

Artwoxis Blipovir disse...

PiresF

eu mato-te... vais levar tantas.

José Pires F. disse...

ui, ui... estou cheinho de medo. :))

simplesmenteeu disse...

Sei de uma mão que solta palavras, desenha pássaros e fica, num sorriso envergonhado, a vê-los voar...

Talvez tenha escolhido uma montanha diferente, um vento novo. Mas, por todos sítios onde passa, nascem flores, raras, perfumadas e de pétalas douradas.

Vi, quando "fechou as letras na caixa do lado esquerdo" e chorei por não conseguir encontrá-las. Outros, ao longo dos tempos, chorarão a emoção de lhe descobrirem as palavras.


Obrigada, JSM, porque é um pouco do seu coração que aqui nos dá.

Abraço forte

maria josé quintela disse...

só posso render-me às palavras de quem assim respira!

Ana Oliveira disse...

Quando as "caixas" se deixam entreabertas, os olhos que procuram o ar que lhes respira a esperança, de mansinho,vão acendendo a penumbra até que a luz se faça.

Obrigada.

Ana