29.8.09

Frantisek Halas ( República Checa)





foto jsm
  
     
      
         

Versos
      
Tão cego
apesar da felicidade da vista
tão surdo
apesar do privilégio do ouvido
      
Uma folha ao vento só tu na romanza
o pássaro na rede. Na chuva um cantar
um verme na rosa na esperança uma armadilha
lágrimas na garganta. Nas tuas palavras sangue.
          
Tão cego
apesar da felicidade da vista
tão surdo
apesar do privilégio do ouvido
      
       
         
Tradução de Ernesto Sampaio
     
     

5 comentários:

Isabel disse...

e que felicidade ser-se cego e ver e surdo e ouvir. o rugido da vida.


F.H. vive do constraste inteligente entre o ser o não querer.



.

Isabel disse...

P.s.


para se saber ler A Poesia só tem de se saber OUVIR o que a habita. as suas escolhas provam justamente esse colocar de som no búzio...:)


e

os "planos" de mar com barco ou planos de barco com mar estão francamente "marinheiros".

Artwoxis Blipovir disse...

Isto lembra-me uma visão futurista de grande parte da Humanidade. Com a bandeja à frente cheia do bom que não soube aproveitar. Cega e surda de nuvens. Ou de ouro a tiiintar.

Que excelente escolha JSM.

Artwoxis Blipovir disse...

* correcção: tilintar

maria josé quintela disse...

para ver e ouvir não são imprescindíveis os olhos e os ouvidos...