foto jsm
Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto, tão perto, tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
8 comentários:
como tudo na vida...
não sei porquê, mas sabe-me aqui a outono.
...e sabe-me bem.
um abraço.
um Mário mais formal no cruzar do pensamento.
um Cesariny mais "familiar" dentro das linhas melancólicas.
afinal o Poeta pode ser o mapa da simplicidade.
que resiste. sempre.
abraço.
e parabéns pela fotografia.
e sempre se perde o caminho seja em ruas iluminadas seja no deserto amplo. este m.c. é um "olho fechado" no cimo de uma montanha de onde melhor se chega à inutilidade da resistência ao esplendor.
tantas vezes não se chega. e outras tantas se atravessa a transfiguração do verbo...
magnífico Cesariny!!
Dias atrás, entre amigos, falávamos de Cesariny. Eu, contrariamente à opinião de uma bandida e querida amiga, manifestei-me como não apreciador, excepto numa meia dúzia de poemas. Este é um deles, embora, como diz a Isabel seja formal e simples. Um outro Cesariny que me confunde, uma outra alma.
Que me desculpem mas eu não gosto de Cesariny. Reconheço no entanto que o poeta tinha coisas de génio que, na minha opinião, teimava em estragar.
Meu caro JSM, desculpe lá este “garfo nas costas”.
Abraço.
"O pior é que sempre que avançava alguns passos na direcção certa, desiludia-se. A harmonia com o mundo e com o seu próprio corpo continuava inacessível; e outras ignorâncias surgiam, outras trevas o cegavam. O que parecia estar perto, repentinamente, ficava fora do seu alcance."
ando a ler Al Berto e, vá lá saber-se porquê, apeteceu-me deixar algo do Anjo Mudo que estou a descobrir :)
.um beijo
melhor_ cinco, seis, sete...
Leio agora a Maré. Parece até, que Al Berto descreveu o Cesariny.
Gostava de saber a opinião de quem o conheceu bem, a Isabel.
Forte abraço.
(não posso PiresF...por pudor..)
e depois que interessa quem o des.lê se há sempre quem se acrescenta no que Ele não disse nem metaforizou?
a poesia é tantas vezes a divagação in.secreta que nos vive e cosemos à pele do nosso desejo de ser poeta...:(
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