foto jsm
Fechando estou meu corpo com as quatro paredes,
nas quatro janelas que teu corpo me abriu.
Estou a ficar só com meus quatro silêncios:
o teu, o meu, o do ar, o de Deus.
Vou descendo tranquilo por minhas quatro escadas,
vou descendo por dentro, muito dentro de eu,
onde estão quatro vezes quatro campos enormes.
Por dentro, muito dentro, - que vastidão eu sou!
E que pequena és tu com teus quatro reais,
com teus quatro vestidos feitos em Nova Iorque.
Vais ficando despida e pobre ante meus olhos;
quatro vezes te quis; quatro vezes já não.
Estou a fechar minha alma, já não espreito a ver-te,
Já não te vejo o ar que meu amor te dera;
vou descendo tranquilo com meus quatro carinhos:
o outro, o meu, o do ar, o de Deus.
Tradução de José Bento
6 comentários:
a vida com quatro esquinas.
não conhecia. obrigada JSM.
(por isso é que eu gosto do cinco!)
um abraço.
nada quero ver.
ceguei da incidência de uma luz
que ao alojar-se projectou enormes campos de sombras.
e nesta vastidão
atua nudez é um silêncio de memórias inválidas.
Obrigado JSM, por nos facultar o conhecimento crescente
deixo-lhe um beijo
e se me permite a quem se seguir por aqui
e assim se rende a palavra ao mais profundo interior de um eu universal.
a cada um a sua metade do mundo e a ao outro que nos lê se oferece o resto.
vasto a língua do coração.
.ps. rubro como a quilha "enredada".
“a cada um a sua metade do mundo e a ao outro que nos lê se oferece o resto.”
Depois destas palavras da I que mais dizer… “uma quilha enredada”? Também ela o disse.
Gostei.
Forte abraço e beijinhos para as meninas.
:) errata: "vasta a língua do coração".....
nestes dias ando com as letras todas à ilharga da correcta grafia....deve ser do calor que embala lisboa...:)
desculpas.
olá PiresF e "meninas"...
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Gosto da sensação de serenidade dos quatro carinhos! E do consolo lucido que são.
Beijos
Ana
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