tag:blogger.com,1999:blog-61754674661235918752024-03-13T12:34:06.120-07:00Porto VintageJosé da Silva Martinshttp://www.blogger.com/profile/08277813732938948895noreply@blogger.comBlogger55125tag:blogger.com,1999:blog-6175467466123591875.post-44529714271668735992010-06-08T17:38:00.000-07:002010-06-08T17:45:09.504-07:00Isabel Mendes Ferreira - As Lágrimas Estão Todas na Garganta do Mar (Portugal)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/TA7h9oD0KAI/AAAAAAAAAO4/AfsWsKB4oIc/s1600/IsabelMendesF.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" qu="true" src="http://3.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/TA7h9oD0KAI/AAAAAAAAAO4/AfsWsKB4oIc/s640/IsabelMendesF.JPG" width="452" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><br />
<div style="text-align: justify;">Como se fora um prefácio…</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">De: Domingos Duarte Lima.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">"O Zero e o Infinito – Título de um livro de Arthur Koestler</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Sei que corro um risco tremendo ao deixar publicar este texto. Prefaciar um livro pode corresponder a uma sentença de morte. Para o livro e para o prefaciador. A solicitação da autora, um ser humano único, sensível, de uma bondade infinita, que admiro veneradamente – depois reiterada pelo editor, – acabou por ser irrecusável.</div><div style="text-align: justify;">Mas esta obra, – as lágrimas estão todas na garganta do mar – precisa de um comentador mais sábio, mais culto e mais profundo do que eu. Isabel Mendes Ferreira, há muitos anos ausente do mundo editorial, regressa com este livro extraordinário, e nele revela uma das vozes mais belas e singulares do actual universo literário português.</div><div style="text-align: justify;">Por isso escrevo estas linhas com pudor e humildade. Em apelo de benevolência ao leitor. Apenas… Como se fora um prefácio…</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Não sou crítico literário. Não tenho a pretensão de algum dia o vir a ser, porque me faltam o saber, a arte e o treino que a função requer. Sou apenas um simples leitor, de olhar límpido, alguém que desde cedo se rendeu ao encantamento que se pode esconder nas páginas de um livro. E que tantas vezes emudeceu, deslumbrado perante a beleza com que um autor desconhecido o surpreendeu. Como agora, com Isabel Mendes Ferreira.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O tempo ensinou-me que a arte combinatória das palavras nunca se extinguirá. Que a sua reinvenção é incessante, porque na palavra reside um dos mais poderosos instrumentos da criação (“No princípio era o Verbo…” – e pelo “Verbo”, se a narrativa é exacta, o mundo terá sido criado). A palavra é som, é música, é sopro, e o sopro é símbolo do espírito – pneuma. E como símbolo do espírito é mais do que aquilo que expressa, é também o que deixa por dizer, o que nela está inscrito em potência (e que tantas vezes só pode ser lido pelos olhos da alma).</div><div style="text-align: justify;">Algumas das melhores coisas que me aconteceram na vida – encontros, viagens, conhecimento, sensações, dores, vislumbres de mutação de consciência – devo‑as aos livros. Ao seu sussurro silencioso. E uma dessas “melhores coisas” foi também, por indicação de mão amiga, aterrar de rompante num blog chamado Piano – em cuja porta de entrada se anuncia que “o tempo é renda” –, e quedar, atónito, perante a escrita hipnótica, interpelante, de IMF. Foi como um raio, a sua leitura, naquela fronteira sempre difusa entre a prosa e a poesia. Escrita curta, tensa, intensa, de irradiante beleza. IMF escreve como quem lança sementes à terra, numa promessa úbere de sentidos, símbolos e significados. É uma sementeira de palavras cuidada, que aponta à essência das coisas ou, num dizer heiddegeriano, à “casa do ser”. Fulminante, o rigor quase escultórico com que casa as palavras. Como se desse esculpir se fosse desvelando aquela essência. Um pouco à maneira como Miguel Ângelo, nas quatro esculturas da Galleria dell’Accademia, em Florença (Il Prigione) – propositadamente inacabadas –, nos dizia que a beleza da obra de arte sempre estivera inscrita, escondida, no interior da pedra, e que a função do artista era apenas a de destapar, desvelar, essa beleza. É desse grau o modo como as palavras se revelam (e desvelam) na escrita de IMF.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Costuma ser habitual, num texto introdutório como este tentar situar o autor, enquadra-lo numa corrente literária, identificar-lhe as influências. Com IMF não vale a pena. Não é uma autora catalogável.</div><div style="text-align: justify;">Nós não somos apenas aquilo que comemos, somos também aquilo que lemos e, nesse sentido, pressente-se nela um ser que se alimentou de livros, intuem-se referentes. Mas não se pode falar de influências, na verdadeira acepção da palavra.</div><div style="text-align: justify;">A sua voz é absolutamente singular e única. Cria uma arquitectura nova para as palavras e para o sentido que elas têm no texto. Voz que ecoa numa linguagem que é asa e voo, lado alado de uma escrita aérea sempre rasante ao céu, na margem permanente do milagre.<br />
Veste-se na forma de signos e de sinais, como nos antigos mistérios, onde o entendimento pressupõe a iniciação. Numa escrita grávida de significados, cultiva a omnipresença do símbolo e da metáfora, num permanente desafio a todos os sentidos possíveis. Voz, ainda, que nunca se repete, como aquela água do mesmo rio que não passa duas vezes pelo mesmo lugar. </div><div style="text-align: justify;">Registo apenas algumas das impressões – e são incontáveis – deixadas pela leitura de as lágrimas estão todas na garganta do mar, para tentar dizer algo sobre uma escritora e um livro indefiníveis, tantas são as facetas em que se desdobram.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A primeira, é o poder admirável, a mestria, a exactidão, com que IMF usa as palavras. Toca-as, veste-as, reveste-as, desveste-as, revolve-as, transfigura-as, burila-as, lapida-as, fa-las explodir numa miríade de cores que o arco-iris não comporta. De cores e de significados. Como se tivesse percorrido mundos plutónicos, o mundo das profundidades por onde viajou Ulisses. E nessa viagem, que é uma peregrinação por lugares ignotos, tivesse acedido a outras formas de conhecimento, tivesse sentido outras presenças. Por isso a sua simples leitura não basta. É necessária, para captar a densidade, a intensidade, e o sentido pluriforme de cada texto ou poema de IMF, a releitura. Várias releituras. E cada uma é um banho lustral. E cada uma se sorve devagar, como quem prova lentamente um vinho raro. É uma escrita que se lê, que se bebe e que se come, naquele sentido da manducação dos antigos. Que se saboreia, e em que o sabor – sapore – é já a antecâmara de um saber – sapere.</div><div style="text-align: justify;">Parece impossível que quem escreve com tal beleza não tenha acesso a qualquer forma de inspirada transcendência. Lê-se, relê-se, e na sua poderosa e hiperbólica criação metafórica sente-se a força genesíaca da água, em corrente impetuosa, fonte que se faz rio, que se espraia em delta, até transbordar num mar imenso. No fim, fica o assombro de quem regressa de um universo mágico, de névoa e sonho, onde os habitantes são vocábulos que cintilam como estrelas! E apetece mergulhar no silêncio, aquele silêncio que é ainda uma fala que interpela de outro modo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A segunda, reside na força imagética e no sentido musical que percorrem este livro. IMF tem o dom raro da palavra curta, rigorosa, da combinação frásica paradoxal, do vocábulo inesperado, com os quais tece – rendilha – uma escrita iluminante, nítida, dotada daquela qualidade perceptiva do camoniano “vi claramente visto”, como a que é dada pelo súbito clarão do raio que rasga a noite, desfaz as sombras, e revela, como numa tela, a forma das coisas e dos seres.</div><div style="text-align: justify;">Mas tem igualmente um apuradíssimo sentido da melodia, que percorre todos os seus textos como um basso ostinato, pano de fundo de uma respiração musical incessante. Uma das pessoas que melhor conhece a autora, José Pires F., diz que a sua escrita é percorrida por harmonia e ritmo. Observação certeira, porque IMF escreve com o sentido de equilíbrio das grandes obras musicais.</div><div style="text-align: justify;">Mas acrescento um detalhe: tem igualmente uma refinada competência na arte da variação e da improvisação. Mesmo para os grandes intérpretes musicais, a variação e a improvisação sobre um tema inicial é dos exercícios mais difíceis de conseguir. Só é acessível aos predestinados, àqueles em cujas veias o sangue corre irmanado com a música. Ora este sentido da variação e da improvisação é um dos maiores talentos de IMF. E-lhe dada – ou escolhe – uma palavra como ponto de partida ou de apoio, e em variações e improvisações infinitas ela recria universos inimagináveis, reinventa a linguagem e como que rearranja a ordem dos planetas. Com esse ponto de apoio alavanca todos os sentidos que as palavras podem exprimir, com a mesma facilidade com que, a partir do seu ponto de apoio, Arquimedes alavancava o mundo. Há nela um instinto fatal de casar palavra-sentido melodia, resolvendo a frase ou o poema com a mesma subtileza com que os grandes compositores resolviam, nos acordes finais, a sonata ou o prelúdio.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A terceira, é a presença de uma carga emotiva muito forte na sua escrita. Mas é uma emoção contida, depurada, ascética, quase religiosa (algumas das pessoas que comentam os textos que ela publica no Piano dizem sentir-se “perante um altar”, ou “no interior de uma catedral”). Emoção expressa num tom que é um misto de parábola e profecia. IMF escreve como se fosse uma vidente, como uma profetisa.</div><div style="text-align: justify;">É impressionante o olhar com que perscruta mundo. Penetra no âmago das coisas e exprime o inexprimível. Não há influência, mas há uma sonoridade de fundo, uma toada e um ritmo no dizer, que só tem paralelo no iluminado tom profético de um Khalil Gibran. Emoção por vezes expressa, nesta escrita poderosa, densa e rica – e que sentimos que vem de dentro, que é carne da sua carne e sangue do seu sangue –, em vislumbres de sofrimento, em lampejos de desconsolo, numa consciência da sem-razao e do absurdo com que a vida tantas vezes nos esmaga.</div><div style="text-align: justify;">Uma emoção que vagueia de mão dada com largos silêncios - ecos mudos do vazio de si. E também com o chamamento frequente do deserto, desse deserto que é lugar de metamorfose de vida e de transformação interior. Refúgio solitário no qual se ascende à metanoia, onde pode acontecer a mutação da consciência. Lugar de todas as provas – Cristo foi tentado no deserto – no qual, segundo Eckhart, “reina apenas Deus”. Mas deserto que é igualmente o lugar das grandes revelações íntimas, que permitem rasgar a “noche oscura” de que fala S. João da Cruz. Onde se acede à luz, naquela inspirada expressão de Angelus Silesius: “Eu devo subir ainda mais alto que Deus, num deserto”.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">São textos muito maduros os que constam deste livro, reveladores de uma escritora que atingiu a plenitude. Não estamos apenas perante uma escrita fabulosa, talhada com a precisão da pedra das catedrais góticas, por alguém que pressentimos ao primeiro olhar que leu muito, que viveu muito, que reflectiu muito. É a escrita de um ser que tem as palavras na ponta dos dedos, que nasceu para se transmutar em palavras, para se transfigurar em palavras.</div><div style="text-align: justify;">Desta escrita irrompe uma prodigiosa força genesíaca, promana um sentido estético perfeito e uma arte singular de oscilar entre os contrários, entre os lados opostos do pêndulo: vaga e lago, fogo e gelo, luz e sombra, paixão e raiva, vida e morte.</div><div style="text-align: justify;">Tentei encontrar um nome que definisse a autora, depois de ler e reler as lágrimas estão todas na garganta do mar. Não encontrava a palavra. Eu, minúsculo, perante este livro, imenso e belo. O drama do “zero” perante o “infinito”. E, de repente, o nome surgiu: Sibila! Sim, há qualquer coisa de Sibila em IMF. Ficamos, no fim da sua leitura, com a sensação de que quem assim escreve não é deste mundo, e nos fala através de uma linguagem que parece da ordem do “delírio divino”. Inacessível para nós, pelo menos a um primeiro olhar, mas que é uma porta, uma abertura, para lugares de arrepiante beleza. Como se a autora vivesse num palácio de cristal longínquo, muito alto, próximo do Empíreo, e daí pudesse observar tudo o que nos escapa. O universo de fora, que o olhar alcança. E o universo de dentro, mais vasto, o universo infinito do mais íntimo da alma humana. O fundo mais secreto da consciência.</div><div style="text-align: justify;">Como se fosse dotada da terceira visão, ou do “terceiro olho” do budismo, que vê o que não pode ser visto pelo comum e humano olhar.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Domingos Duarte Lima"</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>José da Silva Martinshttp://www.blogger.com/profile/08277813732938948895noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-6175467466123591875.post-4115865206362379012010-06-08T17:15:00.000-07:002010-06-08T17:49:51.349-07:00Isabel Mendes Ferreira - As Lágrimas Estão Todas na Garganta do Mar (Portugal)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/TA7csRTn0lI/AAAAAAAAAOw/kg_anfYULXI/s1600/l%C3%A1grimas+008.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="482" qu="true" src="http://1.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/TA7csRTn0lI/AAAAAAAAAOw/kg_anfYULXI/s640/l%C3%A1grimas+008.JPG" width="640" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">"É minha firme opinião que a Isabel Mendes Ferreira é, para além de uma excelente artista plástica - representada em várias colecções particulares, na Europa e nas américas, a nossa melhor Poeta. Já o disse, escrevi, redisse e rescrevi, que “ler Isabel Mendes Ferreira é como assistir ao descerrar de auroras, cantando e reinventado palavras de diferentes paladares por detrás dos fiapos da memória e da respiração das manhãs”, e continuarei a dizer e a escrever o mesmo, enquanto não aparecer no actual panorama literário português, alguém que altere esta convicção, formada desde o dia em que a descobri e de que não esqueço a forte impressão que senti ao lê-la: uma pedrada na “modorra” instalada.</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ninguém actualmente escreve como a Isabel Mendes Ferreira: nem com a profundidade nem com o estilo, nem com a qualidade que lhe advém do domínio absoluto da escrita e de um jogo de palavras soberbo. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Como se pode ler no posfácio, “O sentido ambíguo da sua escrita, converte-se no que o excede e onde ser o mesmo é ser outro de si (é outrar-se, como diz Fernando Pessoa), o que apela à desconstrução do discurso tradicional”.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Para mim, é pois, extremamente gratificante falar do novo livro de uma escritora e poeta, despojada de falsas crenças da unidade da consciência identitativa, de uma escritora que transporta os verbos que ainda não estão corroídos, pervertidos, subvertidos, gastos, e que com ela voltam fantásticos, imortais, castos e vestidos de denso sentir.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Este é um livro que me fascina, aprecio-lhe o cheiro das areias do deserto e a cor do cair da noite, quantas vezes ruborizada de pudor e aureolada de luminosidade divina, um livro para ler e reler, uma instância de retemperação, um livro onde voltaremos amiúde e que será dado a conhecer ao mundo no inicio de Junho, pela Editora Babel, com chancela da Arcádia.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">"As Lágrimas Estão Todas na Graganta do Mar", integra uma novíssima colecção de poesia, iniciada por David Mourão Ferreira e onde será o terceiro título.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Por: José Pires F."<br />
<br />
</div>José da Silva Martinshttp://www.blogger.com/profile/08277813732938948895noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-6175467466123591875.post-1690574511445748612010-03-09T04:54:00.000-08:002010-03-09T04:54:58.561-08:00Buland Al-Haydari (Iraque)<strong><span style="font-size: x-small;">O CARTEIRO</span></strong><br />
<br />
<br />
Que queres tu carteiro?<br />
estou longe do mundo<br />
sem dúvida estás equivocado...<br />
já que nada de novo há<br />
que o mundo possa trazer a este fugitivo.<br />
O que era<br />
é ainda o que é costume.<br />
Sonhar<br />
ou enterrar<br />
ou evocar<br />
enquanto a gente tem ainda seus festejos<br />
e seus funerais juntando festa com festa<br />
seus olhos desenterrados em suas mentes<br />
outro osso para uma nova fome.<br />
A China ainda tem a sua muralha<br />
um mito apagado e um destino em repetição<br />
a Terra tem ainda tem o seu Sísifo<br />
e uma pedra que não sabe o que quer.<br />
<br />
Carteiro<br />
sem dúvida estás equivocado...<br />
já que nada é novidade<br />
volta à estrada<br />
já que a estrada tanta vezes te trouxe.<br />
E que queremos nós?<br />
<br />
<br />
<span style="font-size: x-small;">Trad.: Adalberto Alves</span>José da Silva Martinshttp://www.blogger.com/profile/08277813732938948895noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-6175467466123591875.post-38863129447855983592010-03-09T04:46:00.000-08:002010-03-09T04:46:08.178-08:00Alfredo Rodriguez (México)<div align="center" class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div align="center" class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div align="center" class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/S5ZBUeQMlaI/AAAAAAAAAOA/-J2W6QryiL8/s1600-h/Slide2.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="http://2.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/S5ZBUeQMlaI/AAAAAAAAAOA/-J2W6QryiL8/s400/Slide2.JPG" vt="true" width="400" /></a></div><div align="center" class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div align="center" class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div align="center" class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/S5ZBa3xM4OI/AAAAAAAAAOI/Fqh3vAfonA8/s1600-h/Slide5.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="http://4.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/S5ZBa3xM4OI/AAAAAAAAAOI/Fqh3vAfonA8/s400/Slide5.JPG" vt="true" width="400" /></a></div><div align="center" class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div align="center" class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div align="center" class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/S5ZBd-b9RHI/AAAAAAAAAOQ/ncjF6f_YQ8w/s1600-h/Slide14.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="http://1.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/S5ZBd-b9RHI/AAAAAAAAAOQ/ncjF6f_YQ8w/s400/Slide14.JPG" vt="true" width="400" /></a></div><div align="center" class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div align="center" class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div align="center" class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/S5ZBgtQqQQI/AAAAAAAAAOY/gjxL48S_0zY/s1600-h/Slide18.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="480" src="http://1.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/S5ZBgtQqQQI/AAAAAAAAAOY/gjxL48S_0zY/s640/Slide18.JPG" vt="true" width="640" /></a></div><div align="center" class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div align="center" class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div align="center" class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/S5ZBnkz9GMI/AAAAAAAAAOo/Pq5_vk_OiqE/s1600-h/Slide24.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="480" src="http://4.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/S5ZBnkz9GMI/AAAAAAAAAOo/Pq5_vk_OiqE/s640/Slide24.JPG" vt="true" width="640" /></a></div><div align="center"></div><div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/S5ZBiegwS5I/AAAAAAAAAOg/QeNbqcGLUGo/s1600-h/Slide20.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="480" src="http://2.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/S5ZBiegwS5I/AAAAAAAAAOg/QeNbqcGLUGo/s640/Slide20.JPG" vt="true" width="640" /></a></div><div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><br />
</div>José da Silva Martinshttp://www.blogger.com/profile/08277813732938948895noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-6175467466123591875.post-9516272075750716812009-12-13T03:58:00.000-08:002009-12-13T03:59:44.292-08:00Albano Martins (Portugal) <br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/SyTWrEWA0EI/AAAAAAAAAN4/ob-IDWZ5fgY/s1600-h/Gaivota.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" ps="true" src="http://3.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/SyTWrEWA0EI/AAAAAAAAAN4/ob-IDWZ5fgY/s400/Gaivota.JPG" /></a><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">foto jsm</span><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><br />
Entras<br />
em mim descalça, vulnerável<br />
como um alvo próximo, ferida<br />
nos joelhos e nas coxas. Pelo tacto<br />
nos conhecemos, é essa luz<br />
oblíqua que nos cega. E te pertenço<br />
e me pertences como<br />
a lâmina<br />
à bainha, a chama<br />
ao pavio.<br />
<br />
José da Silva Martinshttp://www.blogger.com/profile/08277813732938948895noreply@blogger.com14tag:blogger.com,1999:blog-6175467466123591875.post-79120870183508950242009-11-29T09:52:00.000-08:002009-11-29T09:53:00.413-08:00Ruy Belo (Portugal)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"> <br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"> <br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/SxK0SCXpH2I/AAAAAAAAANw/LjuCa-Yu1Yc/s1600/contemporaneos.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/SxK0SCXpH2I/AAAAAAAAANw/LjuCa-Yu1Yc/s400/contemporaneos.JPG" yr="true" /></a><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">foto jsm</span><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"> </span><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"> </span><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div>EPÍGRAFE PARA A NOSSA SOLIDÃO<br />
<br />
<br />
Cruzámos nossos olhos em alguma esquina<br />
demos civicamente os bons dias:<br />
chamar-nos-ão vais ver contemporâneos<br />
<br />
José da Silva Martinshttp://www.blogger.com/profile/08277813732938948895noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-6175467466123591875.post-85980088082152371762009-11-23T18:51:00.000-08:002009-11-23T18:56:02.124-08:00Prémio Revelação em Literatura Infantil e Juvenil Matilde Rosa Araújo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"> <br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/SwtJo6EjVyI/AAAAAAAAANo/wUMmg9EW5yc/s1600/capa_eraumavez.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/SwtJo6EjVyI/AAAAAAAAANo/wUMmg9EW5yc/s400/capa_eraumavez.jpg" yr="true" /></a><br />
</div><br />
<div style="text-align: center;"><strong>Era uma vez... um mundo</strong><br />
</div><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">Um grupo de jovens finalistas do Secundário, um orientador, uma escola, muitos amigos e... o mundo. No mundo, do mundo e para o mundo, num misto de culturas, pensamentos, emoções e atitudes nasce uma vontade – mostrar que a tolerância facilita o diálogo.<br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
A OLHA Edições tem a honra de anunciar que o seu primeiro livro "Era uma vez... Um mundo" foi agraciado com o Prémio Revelação em Literatura Infantil e Juvenil Matilde Rosa Araújo, para o qual se tinha candidatado no passado mês de Junho.<br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Este livro foi desenvolvido no Colégio Marista de Carcavelos, sob a coordenação do Professor António Coelho.<br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Em nome da OLHA, e como parceira do projecto, envio aos autores e co-autores o meu abraço de parabéns.<br />
</div><br />
<br />
Paula Viotti<br />
<span style="font-size: x-small;">Directora da <a href="http://olhaedicoes.blogspot.com/">OLHA Edições</a></span><br />
<span style="font-size: x-small;"> </span><br />
<span style="font-size: x-small;"> </span>José da Silva Martinshttp://www.blogger.com/profile/08277813732938948895noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-6175467466123591875.post-37826144225122313482009-11-20T03:39:00.000-08:002009-11-20T03:40:50.059-08:00Kalidasa (India) <br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/SwZ_EyPGzsI/AAAAAAAAANg/Griqaw6tV18/s1600/nuvem.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/SwZ_EyPGzsI/AAAAAAAAANg/Griqaw6tV18/s400/nuvem.JPG" yr="true" /></a><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">foto jsm</span><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"> </span><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"> </span><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"> </span><br />
</div><strong>O DESEJO...</strong><br />
<br />
<br />
<br />
<br />
O desejo a impele ao encontro do amante<br />
O receio a detém por um momento<br />
Parece a seda de um estandarte<br />
Que ora se abandona ora se furta ao vento<br />
<br />
<br />
<br />
<span style="font-size: x-small;">Tradução de Jorge Sousa Braga</span><br />
<br />
José da Silva Martinshttp://www.blogger.com/profile/08277813732938948895noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-6175467466123591875.post-34436113238943973262009-11-14T16:34:00.000-08:002009-11-14T16:38:11.291-08:00Fiama Hasse Pais Brandão (Portugal) <br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/Sv9L_td20dI/AAAAAAAAANY/g2r9FWOEMxk/s1600-h/FIAMA.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" sr="true" src="http://2.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/Sv9L_td20dI/AAAAAAAAANY/g2r9FWOEMxk/s320/FIAMA.JPG" width="318" /></a><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">foto da net sem indicação de autor</span><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"> </span><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"> </span><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><br />
<strong>Epístola para Dédalo</strong><br />
<br />
Porque deste a teu filho asas de plumagem e cera<br />
se o sol todo-poderoso no alto as desfaria?<br />
Não me ouviu, de tão longe, porém pensei que disse:<br />
todos os filhos são Ícaros que vão morrer no mar.<br />
Depois regressam, pródigos, ao amor entre o sangue<br />
dos que eram e dos que são agora, filhos dos filhos.<br />
<br />
<span style="font-size: x-small;">in Epístolas e Memorandos, 1996</span> <br />
José da Silva Martinshttp://www.blogger.com/profile/08277813732938948895noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-6175467466123591875.post-57523592581514141932009-11-13T19:08:00.000-08:002009-11-13T19:14:34.147-08:00Maresias (Portugal)<div style="text-align: center;"> <br />
</div><div style="text-align: center;"> <br />
</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif; font-size: large;"><em>"Os Poetas saem à Rua"</em></span><br />
</div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/Sv4eV2dTpXI/AAAAAAAAAM4/xC0OEda1GHk/s1600-h/poetas_maresias.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" sr="true" src="http://3.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/Sv4eV2dTpXI/AAAAAAAAAM4/xC0OEda1GHk/s640/poetas_maresias.jpg" /></a><br />
</div> <br />
<div style="text-align: center;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><em>Antologia poética em formato de pins</em>, da autoria da </span><a href="http://ceumarsol.blogspot.com/"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><strong>Maresias.</strong></span></a><br />
</div><div style="text-align: center;"> <br />
</div><div style="text-align: center;"> <br />
</div><div style="text-align: center;"><br />
</div>José da Silva Martinshttp://www.blogger.com/profile/08277813732938948895noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-6175467466123591875.post-2348893149127763372009-11-12T12:27:00.000-08:002009-11-12T12:28:38.099-08:00Florbela Espanca (Portugal)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"> <br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"> <br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/SvxvVrCpV4I/AAAAAAAAAMw/Iy4xZC3MsWQ/s1600-h/Regresso.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" sr="true" src="http://2.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/SvxvVrCpV4I/AAAAAAAAAMw/Iy4xZC3MsWQ/s400/Regresso.JPG" /></a><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">foto jsm</span><br />
</div><br />
<br />
<br />
<br />
<strong>Tarde no mar</strong><br />
<br />
<br />
A tarde é de oiro rútilo: esbraseia.<br />
O horizonte: um cacto purpurino.<br />
E a vaga esbelta que palpita e ondeia,<br />
Com uma frágil graça de menino,<br />
<br />
Pousa o manto de arminho na areia<br />
E lá vai, e lá segue o seu destino!<br />
E o sol, nas casas brancas que incendeia,<br />
Desenha mãos sangrentas de assassino!<br />
<br />
Que linda tarde aberta sobre o mar!<br />
Vai deitando do céu molhos de rosas<br />
Que Apolo se entretém a desfolhar...<br />
<br />
E, sobre mim, em gestos palpitantes,<br />
As tuas mãos morenas, milagrosas,<br />
São as asas do sol, agonizantes...<br />
<br />
José da Silva Martinshttp://www.blogger.com/profile/08277813732938948895noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-6175467466123591875.post-83615295807192914782009-11-03T16:17:00.000-08:002009-11-03T16:17:53.464-08:00Anónimo (Antologia Grega)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"> <br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"> <br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/SvDHAIKOPdI/AAAAAAAAAMo/guZ1mNVFzzo/s1600-h/redes.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/SvDHAIKOPdI/AAAAAAAAAMo/guZ1mNVFzzo/s400/redes.JPG" vr="true" /></a><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">foto jsm</span><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div> <br />
<br />
<br />
<strong>Oferenda</strong><br />
<strong> </strong><br />
Ofereço-te um perfume? Ofereço-te ao perfume?<br />
No fim de contas, tu — perfumas o perfume.<br />
<br />
<br />
<br />
<span style="font-size: x-small;">Tradução de David Mourão Ferreira</span><br />
<span style="font-size: x-small;"> </span><br />
<span style="font-size: x-small;"> </span>José da Silva Martinshttp://www.blogger.com/profile/08277813732938948895noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-6175467466123591875.post-35786342695032685662009-11-01T06:06:00.000-08:002009-11-01T06:06:19.221-08:00Pierre Kemp (Países Baixos) <br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/Su2VrUn1luI/AAAAAAAAAMg/rxDd-kU951I/s1600-h/Cores.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/Su2VrUn1luI/AAAAAAAAAMg/rxDd-kU951I/s400/Cores.JPG" vr="true" /></a><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">foto jsm</span><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"> <br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"> <br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><strong>Sonhos</strong><br />
<br />
Certas noites sigo uma luz amarela<br />
até uma porta azul, onde se lê: Sonho.<br />
A porta não é aberta por minha mão<br />
nem sou convidado por uma mulher<br />
para comprar sonhos, e mesmo assim<br />
sempre eles foram pagos por mim.<br />
À noite não fiquei nada a dever.<br />
<br />
<br />
<span style="font-size: x-small;">Tradução de Fernando Venâncio</span><br />
<span style="font-size: x-small;"> </span><br />
<span style="font-size: x-small;"> </span>José da Silva Martinshttp://www.blogger.com/profile/08277813732938948895noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-6175467466123591875.post-63917189597634415062009-10-26T04:46:00.000-07:002009-10-26T04:47:30.299-07:00Hilda Hilst (Brasil) <br />
<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/SuWLugodxuI/AAAAAAAAAMY/G05s1NhHtXI/s1600-h/Forte.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/SuWLugodxuI/AAAAAAAAAMY/G05s1NhHtXI/s400/Forte.JPG" vr="true" /></a><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">foto jsm</span><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"> </span><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"> </span><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><br />
Antes que o mundo acabe, Túlio,<br />
<br />
Deita-te e prova<br />
<br />
Esse milagre do gosto<br />
<br />
Que se fez na minha boca<br />
<br />
Enquanto o mundo grita<br />
<br />
Belicoso. E ao meu lado<br />
<br />
Te fazes árabe, me faço israelita<br />
<br />
E nos cobrimos de beijos<br />
<br />
E de flores<br />
<br />
<br />
<br />
Antes que o mundo se acabe<br />
<br />
Antes que acabe em nós<br />
<br />
Nosso desejo.<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<span style="font-size: x-small;">(Júbilo Memória Noviciado da Paixão (1974) - Árias Pequenas. Para Bandolim - XI)</span><br />
<span style="font-size: x-small;"> </span><br />
<span style="font-size: x-small;"> </span>José da Silva Martinshttp://www.blogger.com/profile/08277813732938948895noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-6175467466123591875.post-39080361035023844042009-10-24T18:27:00.000-07:002009-10-24T18:27:55.907-07:00Jacques Prévert (França) <br />
<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/SuOpEqe_LoI/AAAAAAAAAMQ/8NGw9wKvNHY/s1600-h/alegorias.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/SuOpEqe_LoI/AAAAAAAAAMQ/8NGw9wKvNHY/s400/alegorias.JPG" vr="true" /></a><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">Óleo de Isabel Mendes Ferreira</span><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"> </span><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"> </span><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"> </span><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><br />
<br />
<strong>O Pintor, o pássaro e a gaiola</strong><br />
<br />
<br />
Primeiro pinte uma gaiola com a porta aberta<br />
Depois pinte<br />
algo gracioso,<br />
algo simples,<br />
algo bonito<br />
algo útil<br />
para o pássaro.<br />
Então encoste a tela a uma árvore<br />
num jardim<br />
num bosque<br />
ou numa floresta.<br />
Esconda-se atrás da árvore<br />
sem falar<br />
sem se mover...<br />
Às vezes o pássaro aparece logo<br />
mas ele pode demorar muitos anos<br />
antes de se decidir.<br />
Não desanime.<br />
Espere.<br />
Espere durante anos se necessário.<br />
A rapidez ou a lentidão do pássaro<br />
não influi no bom resultado do quadro.<br />
Quando o pássaro aparecer<br />
se ele aparecer<br />
observe no mais profundo silêncio<br />
até o pássaro entrar na gaiola.<br />
E quando ele entrar<br />
delicadamente feche a porta com o pincel.<br />
Então<br />
apague uma a uma todas as grades<br />
tomando cuidado para não tocar<br />
na plumagem do pássaro.<br />
Em seguida pinte a árvore<br />
escolhendo o mais bonito dos seus galhos<br />
para o pássaro.<br />
Pinte também a folhagem verde<br />
e o frescor do vento<br />
o dourado do sol<br />
e a algazarra das criaturas na relva<br />
sob o calor do verão.<br />
E então espere até que o pássaro decida cantar.<br />
Se o pássaro não cantar<br />
é um mau sinal,<br />
um sinal de que a pintura está ruim.<br />
Mas se ele cantar é um bom sinal,<br />
um sinal de que você pode assinar.<br />
Então, com muita delicadeza,<br />
você arranca uma das penas do pássaro<br />
e escreve o seu nome num canto do quadro.<br />
<br />
<br />
José da Silva Martinshttp://www.blogger.com/profile/08277813732938948895noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-6175467466123591875.post-26257742513849050012009-10-23T11:22:00.000-07:002009-10-23T11:24:29.757-07:00Mais logo, na Ler Devagar - Lx Factory, e amanhã, na Biblioteca Municipal de Cascais<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"> <br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"> <br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"> <br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/SuH0OpC7wmI/AAAAAAAAAMA/ecyc-KbLmdU/s1600-h/convite.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/SuH0OpC7wmI/AAAAAAAAAMA/ecyc-KbLmdU/s400/convite.JPG" vr="true" /></a><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/SuH0Ejh4j7I/AAAAAAAAAL4/lM9rAYS0Hj8/s1600-h/convite_novaaguia2.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/SuH0Ejh4j7I/AAAAAAAAAL4/lM9rAYS0Hj8/s400/convite_novaaguia2.JPG" vr="true" /></a><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"> <br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"> <br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div>José da Silva Martinshttp://www.blogger.com/profile/08277813732938948895noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-6175467466123591875.post-64972580423585976492009-10-22T16:56:00.000-07:002009-10-22T16:56:40.751-07:00J.V. Cunningham (E.U.A.) <br />
<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/SuDw4JD08KI/AAAAAAAAALw/P-wPeVs3m6E/s1600-h/luz.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/SuDw4JD08KI/AAAAAAAAALw/P-wPeVs3m6E/s400/luz.JPG" vr="true" /></a><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">foto jsm</span><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"> <br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"> <br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"> <br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><strong>Sobre um verso do «Belvedere»</strong><br />
<strong> de Bodenham</strong><br />
<br />
«A experiência é a amante da velhice»:<br />
Mantida à minha custa, velha como eu, cabra<br />
E parasita, fornico-a cheio de raiva<br />
E matá-la-ia, mas qual de nós é qual?<br />
<br />
<br />
<span style="font-size: x-small;">Tradução de José Alberto Oliveira</span><br />
<span style="font-size: x-small;"> </span><br />
<span style="font-size: x-small;"> </span>José da Silva Martinshttp://www.blogger.com/profile/08277813732938948895noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-6175467466123591875.post-6217702928245577842009-10-17T19:21:00.000-07:002009-10-17T19:48:43.996-07:00Hélia Correia (Portugal) <br />
<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/Stp7GtAAM1I/AAAAAAAAALo/OlCeKhM7Yqg/s1600-h/Ernesto++Bonato-S%C3%A9rie-Deambulat%C3%B3rios-xilogravura-2007-3.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/Stp7GtAAM1I/AAAAAAAAALo/OlCeKhM7Yqg/s400/Ernesto++Bonato-S%C3%A9rie-Deambulat%C3%B3rios-xilogravura-2007-3.JPG" vr="true" /></a><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">Xilogravura de Ernesto Bonato</span><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">Série-Deambulatórios-2007</span><br />
</div><div style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"> </span><br />
</div><div style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"> </span><br />
</div><div style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"> </span><br />
</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><br />
<br />
Ouço o incêndio, as fábricas. O berço<br />
do suor interrupto. Ouço às vezes quem se ama<br />
onde o amor não há – apenas morre<br />
no clandestino abrir.<br />
Ouço às vezes quem rompe os mapas cerce<br />
e então na noite recupera as loucas<br />
emigrações da história. Ouço crescendo<br />
secamente os filhos no rancor e na linfa.<br />
Astuciosamente recolhendo as vastidões adversas.<br />
Ouço em momentos fartos o entulho,<br />
desdobrada a raiz, fundar o mês da heresia,<br />
a sábia recriação do sumo.<br />
Ouço o arado. A luz. Profundamente<br />
os barcos segregados na propensão do mar.<br />
Ainda quem a medo desagregue<br />
a centenária paz:<br />
- os homens,<br />
onde os ouço, aqui recordo<br />
as origens compradas do terror.<br />
Os homens, onde os ouço, aqui confirmo<br />
suas mãos.<br />
<br />
<br />
José da Silva Martinshttp://www.blogger.com/profile/08277813732938948895noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-6175467466123591875.post-86719757017686534142009-10-15T17:35:00.000-07:002009-10-17T19:47:59.256-07:00Amalia Bautista (Espanha) <br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/Ste_fC3lMZI/AAAAAAAAALg/KmuM7DJagbc/s1600-h/PauloV-2.BMP" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img $r="true" border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/Ste_fC3lMZI/AAAAAAAAALg/KmuM7DJagbc/s400/PauloV-2.BMP" /></a><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">foto Paulo V.</span><br />
</div><br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<strong>A Partida</strong><br />
<br />
Duas mulheres jogavam as cartas.<br />
Eram as duas formosas e perversas.<br />
As duas faziam batota. A partida<br />
prolongava-se mais do que o costume,<br />
a julgar pelos gestos de impaciência<br />
que nenhuma ocultava. Vida e Morte<br />
se chamavam. E tinham apostado<br />
o coração de um homem, como sempre.<br />
<br />
José da Silva Martinshttp://www.blogger.com/profile/08277813732938948895noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-6175467466123591875.post-27888559587270287462009-10-13T17:24:00.000-07:002009-10-13T17:30:26.918-07:00Maria Amaral (Portugal)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><br />
<div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: justify;"> <br />
</div><div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/StUVdzKRU0I/AAAAAAAAALY/Xf4uEfykcew/s1600-h/untitled.bmp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img $r="true" border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/StUVdzKRU0I/AAAAAAAAALY/Xf4uEfykcew/s400/untitled.bmp" /></a><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"> <br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"> <br />
</div><div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/StUVHleH1TI/AAAAAAAAALI/0abXUA2xzJ0/s1600-h/cidades_Sta_%2520Ma.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img $r="true" border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/StUVHleH1TI/AAAAAAAAALI/0abXUA2xzJ0/s400/cidades_Sta_%2520Ma.jpg" /></a><a href="http://3.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/StUVBBlvRgI/AAAAAAAAALA/8o900X2u4ZA/s1600-h/cidades_NY%2520VIII.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img $r="true" border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/StUVBBlvRgI/AAAAAAAAALA/8o900X2u4ZA/s320/cidades_NY%2520VIII.jpg" /></a><br />
</div><div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"> <br />
</div><div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"> <br />
</div><div align="center" class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/StUUm7IczlI/AAAAAAAAAK4/zzwHLqw2d4k/s1600-h/cidades_Lisboa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img $r="true" border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/StUUm7IczlI/AAAAAAAAAK4/zzwHLqw2d4k/s400/cidades_Lisboa.jpg" /></a><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: justify;"> <br />
</div><div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O que ata ou desata a linha vaga e breve, intensa e clara ideia do que é ou deveria ser o silêncio?<br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O que é exactamente a pintura, a “habitabilidade gestual”, o talento, a Arte em si mesma?<br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Em que margem desassossegada se instalam os ritmos certos do que é e do que parece ser? Ou se quiserem, do que é aparência intencional e do que foge à retórica estilística?<br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Perguntas às quais nenhuma paleta responde. Perguntas que só fazem sentido enquanto isso mesmo: interrogações sobre um caminho vivido sempre a sós. Como ostensiva e serenamente faz Maria Amaral.<br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Uma Pintora que troca o lugar do silêncio, que abre as portas da solidão, que investe no rumor do azul quase pálido, que nos inquieta. Uma Pintura onde o espaço não tem mancha, onde as manchas invadem o nosso espaço de sonhar. E sempre o silêncio a bater nas arestas, e sempre um horizonte afogado de cinzas que nos apertam, de rosados estrangulados a quererem saltar, ora de um Alentejo ora de uma cosmopolita Nova Iorque.<br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Maria Amaral não facilita, não se desvenda em aventuras cromáticas fortuitas, não descura a forma, não aveluda as esquinas.<br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Maria Amaral trata com secreto pudor a dor maior do silêncio. E nele nos perdemos de tanto procurar o que existe de comum entre lugares tão separados quanto colados, e afinal, o que nos aproxima é uma arte pessoalíssima: a Arte de pintar o invisível, a Arte de arrebatar o ventre da cal à cal do silêncio.<br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Nesta Pintora, que não se mede por “modismos”, mede-se a distância. A terrível e fascinante distância do amor. Maria Amaral anda à solta por dentro das raízes. Deixemo-nos pois guiar nesta doce invisibilidade onde ainda nos é permitido imaginar a tela de um amanhecer. Que importa o lugar? Ela devolve-nos à pureza de um tempo sem limites!<br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Isabel Mendes Ferreira / Galeria JE 1997<br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
<br />
<br />
</div>José da Silva Martinshttp://www.blogger.com/profile/08277813732938948895noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-6175467466123591875.post-6862574332983352482009-10-12T10:57:00.000-07:002009-10-12T10:57:10.681-07:00Ribeiro Couto (Brasil) <br />
<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/StNtf1Ov9AI/AAAAAAAAAKo/KOLjH5sRYn0/s1600-h/melancolia.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img $r="true" border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/StNtf1Ov9AI/AAAAAAAAAKo/KOLjH5sRYn0/s400/melancolia.JPG" /></a><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">foto jsm</span><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"> </span><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"> </span><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"> </span><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><br />
<strong>Chuva</strong> <br />
<br />
A chuva fina molha a paisagem lá fora.<br />
O dia está cinzento e longo... Um longo dia!<br />
Tem-se a vaga impressão de que o dia demora...<br />
E a chuva fina continua, fina e fria,<br />
Continua a cair pela tarde, lá fora.<br />
<br />
Da saleta fechada em que estamos os dois,<br />
Vê-se, pela vidraça, a paisagem cinzenta:<br />
A chuva fina continua, fina e lenta...<br />
E nós dois em silêncio, um silêncio que aumenta<br />
Se um de nós vai falar e recua depois.<br />
<br />
Dentro de nós existe uma tarde mais fria...<br />
<br />
Ah! para que falar? Como é suave, brando,<br />
O tormento de adivinhar — quem o faria? —<br />
As palavras que estão dentro de nós chorando...<br />
Somos como os rosais que, sob a chuva fria,<br />
Estão lá fora no jardim se desfolhando.<br />
<br />
Chove dentro de nós... Chove melancolia...<br />
José da Silva Martinshttp://www.blogger.com/profile/08277813732938948895noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-6175467466123591875.post-52572760777518603492009-10-10T04:05:00.000-07:002009-10-10T04:05:43.160-07:00José Joaquim Passos (Nicarágua) <br />
<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/StBqT1aQHTI/AAAAAAAAAKg/YRFjP0RH_Ss/s1600-h/caminhos.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img $r="true" border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/StBqT1aQHTI/AAAAAAAAAKg/YRFjP0RH_Ss/s400/caminhos.JPG" /></a><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">foto jsm</span><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"> </span><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"> </span><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"> </span><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><strong>Quatro</strong><br />
<br />
Fechando estou meu corpo com as quatro paredes,<br />
nas quatro janelas que teu corpo me abriu.<br />
Estou a ficar só com meus quatro silêncios:<br />
o teu, o meu, o do ar, o de Deus.<br />
<br />
Vou descendo tranquilo por minhas quatro escadas,<br />
vou descendo por dentro, muito dentro de eu,<br />
onde estão quatro vezes quatro campos enormes.<br />
Por dentro, muito dentro, - que vastidão eu sou!<br />
<br />
E que pequena és tu com teus quatro reais,<br />
com teus quatro vestidos feitos em Nova Iorque.<br />
Vais ficando despida e pobre ante meus olhos;<br />
quatro vezes te quis; quatro vezes já não.<br />
<br />
Estou a fechar minha alma, já não espreito a ver-te,<br />
Já não te vejo o ar que meu amor te dera;<br />
vou descendo tranquilo com meus quatro carinhos:<br />
o outro, o meu, o do ar, o de Deus.<br />
<br />
<br />
<span style="font-size: x-small;">Tradução de José Bento</span><br />
<span style="font-size: x-small;"> </span><br />
<span style="font-size: x-small;"> </span>José da Silva Martinshttp://www.blogger.com/profile/08277813732938948895noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-6175467466123591875.post-36714477043712094252009-10-07T04:27:00.000-07:002009-10-07T04:28:20.175-07:00Mário Cesariny (Portugal)<strong> </strong><br />
<strong> </strong><br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/Ssx6hONyvvI/AAAAAAAAAKY/TcIED-03AJY/s1600-h/encontro.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img $r="true" border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/Ssx6hONyvvI/AAAAAAAAAKY/TcIED-03AJY/s400/encontro.JPG" /></a><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">foto jsm</span><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"> <br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"> <br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"> <br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"> <br />
</div><strong>Em todas as ruas te encontro</strong> <br />
<br />
<br />
Em todas as ruas te encontro<br />
Em todas as ruas te perco<br />
conheço tão bem o teu corpo<br />
sonhei tanto a tua figura<br />
que é de olhos fechados que eu ando<br />
a limitar a tua altura<br />
e bebo a água e sorvo o ar<br />
que te atravessou a cintura<br />
tanto, tão perto, tão real<br />
que o meu corpo se transfigura<br />
e toca o seu próprio elemento<br />
num corpo que já não é seu<br />
num rio que desapareceu<br />
onde um braço teu me procura<br />
<br />
Em todas as ruas te encontro<br />
Em todas as ruas te perco<br />
<br />
José da Silva Martinshttp://www.blogger.com/profile/08277813732938948895noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-6175467466123591875.post-85089136951424913572009-10-05T16:53:00.000-07:002009-10-05T16:54:46.261-07:00Fábio Videira Santos (Portugal)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"> <br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"> <br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/SsqGwa5QxHI/AAAAAAAAAKQ/g92hp3m6o_4/s1600-h/lembran%C3%A7a.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img $r="true" border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/SsqGwa5QxHI/AAAAAAAAAKQ/g92hp3m6o_4/s400/lembran%C3%A7a.JPG" /></a><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">foto jsm</span><br />
</div><br />
<strong> </strong><br />
<br />
<strong>Três escritos Queimados e outras quinquilharias</strong><br />
<strong></strong><br />
<strong>II</strong><br />
<br />
Jantei sozinho no escuro da sala<br />
A refeição que teima em não me tirar a fome<br />
Escrevi com os olhos o teu nome na parede em frente<br />
E em silêncio mastiguei a tua aparência incólume.<br />
Na rua agitam-se os passeios, levantam-se bandeiras e gritos<br />
E eu passo ao lado disso como passei ao lado dos que já foram.<br />
Talvez ir à varanda gritar o teu nome<br />
Que persiste no céu da minha boca<br />
Mas tudo isso é pavio empobrecido em cera pegajosa.<br />
De que me vale uma lembrança de ti<br />
Senão um passado que jamais será futuro?<br />
Corre uma luz nas minhas veias<br />
que não encontra aurícula onde desaguar<br />
como a refeição que teima em não me tirar a fome.<br />
Há pouco jantei sozinho no escuro da sala<br />
E limpei o teu nome da parede<br />
Vesti o traje negro e saí para a rua.<br />
<br />
<br />
<a href="http://resmadeesquissos.blogspot.com/"><span style="font-size: x-small;">Aqui (link)</span> </a><br />
<br />
José da Silva Martinshttp://www.blogger.com/profile/08277813732938948895noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-6175467466123591875.post-46232755655290256222009-10-04T05:22:00.000-07:002009-10-04T05:23:12.269-07:00Carlos Edmundo de Ory (Espanha)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"> <br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"> <br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"> <br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/SsiTLCDxudI/AAAAAAAAAKI/2_BTIqN9pac/s1600-h/tudo+o+que+te+falta.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img $r="true" border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/_8qSc4-cKRoU/SsiTLCDxudI/AAAAAAAAAKI/2_BTIqN9pac/s400/tudo+o+que+te+falta.JPG" /></a><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">foto jsm</span><br />
</div><br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<strong>Dá-me</strong><br />
<br />
Dá-me algo mais que silêncio ou doçura<br />
Algo que tenhas e não saibas<br />
Não quero dádivas raras<br />
Dá-me uma pedra<br />
<br />
Não fiques imóvel fitando-me<br />
como se quisesses dizer<br />
que há muitas coisas mudas<br />
ocultas no que se diz<br />
<br />
Dá-me algo lento e fino<br />
como uma faca nas costas<br />
E se nada tens para dar-me<br />
dá-me tudo o que te falta!<br />
<br />
<br />
<br />
<span style="font-size: x-small;">Versão de Herberto Helder.</span><br />
<span style="font-size: x-small;"> </span><br />
<span style="font-size: x-small;"> </span>José da Silva Martinshttp://www.blogger.com/profile/08277813732938948895noreply@blogger.com5